Nação crioula, de José Eduardo Agualusa

02.07.2012 - Livro

Em Nação crioula José Eduardo Agualusa “toma emprestado”

o famoso dândi Fradique Mendes, de Eça de Queiroz

 

Sobre o livro

Nação crioula não prende o leitor apenas por sua história bem contada e assumidamente novelesca. Seus méritos são mais complexos. A narrativa tem lugar principalmente no fluxo transatlântico entre o Brasil e Angola do século passado, mostrando a invenção de um Atlântico que não é só negro, mas essencialmente mestiço, propiciador de mestiçagens, espaço de trocas de mercadorias, corpos e ideias.

Tudo em Nação crioula é mestiço. A começar pela estratégia literária de tomar emprestado uma ‘personagem’ de outro autor, o Fradique Mendes de Eça de Queiroz. E transformar o próprio Eça em personagem de ficção.

As trocas retratadas em Nação crioula, o desejo de repensar a grande e intensa relação entre Angola e o Brasil, incluindo aí a importância dessa relação para a constante recriação das identidades culturais brasileiras e angolanas contemporâneas, surgem então não como indícios de uma possível utopia nunca realizada, mas como uma espécie de realidade paralela, muitas vezes propositadamente ignorada, que liga, há séculos, as culturas dos países lusófonos. O trabalho ‘transatlântico’ de José Eduardo Agualusa busca tornar essa realidade mais visível e atuante, multiplicando as possibilidades de contato.”

Hermano Vianna

“Hermano Vianna me apresentou Nação crioula em 2004. Comecei a ler e não consegui parar: fui absorvido na hora pelo universo magistralmente criado por José Eduardo Agualusa, tão próximo e ao mesmo tempo tão distante dos nossos dias. A saga de Ana Olímpia me fascinou e me transportou para uma época na qual ser livre não era ainda uma realidade, e tornou evidentes as semelhanças político-sociais entre Angola e Brasil no século XIX.”

Andrucha Waddington

 

“Um retrato admiravelmente vívido e bem-humorado da esnobe sociedade colonial angolana.”

The Guardian

Sobre o autor

José Eduardo Agualusa nasceu na cidade de Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Iniciou sua carreira literária em 1988, com a publicação do romance histórico A conjura. É autor de uma obra extensa, em que se destacam os romances Estação das chuvas (1996), O vendedor de passados (2004), As mulheres do meu pai (2007) e Milagrário pessoal (2010). Seus livros estão traduzidos em mais de vinte países.