Meio Seio, de Nicolas Behr

10.10.2012 - Livro

Sobre o livro
Um dos poetas mais atuantes da atual geração conjuga neste livro seus
versos mais arrojados, cheios de luxúria e humor, com o bom gosto e a
sensualidade dos desenhos do conceituado artista plástico Evandro Salles.
Não se trata apenas de um livro de poesia, é um objeto de coleção e de transgressão,
uma viagem erótica pelas palavras afiadas do poeta e pelas curvas e
contracurvas dos desenhos do artista.
O autor avisa logo no primeiro poema: “muito sexo/pouco texto”. Mas, como
todo o poeta, também Nicolas é um fingidor. E apesar do pouco texto de seus
poemas, não é apenas o sexo, mas também o amor, a comédia e a aflição dos
românticos, que se revelam ao longo de mais de trinta poemas.
O músico Chico César não teve dúvidas quando leu Meio Seio: “Ai que sentimento
baixo essa inveja maldita de não ter escrito esses poemas tão tesudos
e ao mesmo tempo tão delicados, tão enxutos e tão molhados.”
Nicolas Behr sempre gostou de transgredir. Quando, em 1977, lançou seu
primeiro livro, foi preso no ano seguinte por porte de material pornográfico.
Mas, em Brasília, onde Nicolas vivia, ao contrário dos agentes da ditadura,
muitos olhavam-no já com admiração, como garante Chico César: “‘Deve
comer a cidade inteira pra escrever deste jeito sobre ela’, fantasiávamos
chauvinistas. A gente admirava o cara à distância, recitando seu poemas no
meio da rua.”
Muitos anos depois, Nicolas Behr consegue com ‘Meio Seio’ manter a
insolência da sua poesia, o atrevimento de seus versos curtos e o humor de
quem é capaz de escrever assim: “quer ver/ meus poemas?/ não/ quero ler/
teus seios/ teus seios eu entendo.”

 

Sobre o autor
Nicolas Behr mora em Brasília desde 1974. Lançou seu primeiro livrinho e
best seller ‘Iogurte com Farinha’, em mimeógrafo, tendo vendido oito mil
exemplares de mão em mão. Em 1978, após ter escrito ‘Grande Circular,
Caroço de Goiaba e Chá com Porrada’, foi preso e processado pelo DOPS por
“porte de material pornográfico”, sendo julgado e absolvido no ano seguinte.
Até 1980, publicou ainda dez livrinhos mimeografados. A partir desse ano
passou a trabalhar como redator em agências de publicidade. Em 1986 abandonou
a publicidade para trabalhar na FUNATURA – Fundação Pró-Natureza
– onde ficou até 1990, dedicando-se profissionalmente, ao seu antigo hobby:
produção de espécies nativas do cerrado.
Com a Língua Geral publicou ‘Brasilíada’ e ‘Laranja Seleta’, este último foi
finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura em 2008.