Cantora Marina Lima aventura-se pela primeira vez na escrita

12.11.2012 - Livro

Em Portal A TARDE

Por Gabriel Serravalle

Ter , 06/11/2012 às 08:45

Quando estreou no mundo das composições, há 33 anos, Marina Lima batizou o primeiro trabalho com o título Maneira de Ser. Era a fase inicial de uma carreira marcada pelo sucesso, quebra de padrões e momentos íntimos delicados. Hoje, aos 57 anos, com a maturidade que a vida lhe impôs, a cantora carioca embarca em uma nova empreitada, desta vez, no mundo dos livros.

Como símbolo de uma nova estreia, a obra ganhou, também, o título Maneira de Ser, e tem lançamento em Salvador marcado para esta quinta-feira, na Livraria Saraiva do Shopping Center Iguatemi, às 19 horas, com a presença da cantora.

No livro, escrito em primeira pessoa, Marina fala sobre assuntos diversos: infância, família,  internet, religião,  moda, imprensa e até sobre o cabelo. Mas não se trata de uma autobiografia.

“É um livro de não ficção em que eu falo de assuntos que me são interessantes hoje em dia, e alguns estão no passado. Eu tive que fazer um crivo do que era importante eu contar, dizer e revelar”, explica a cantora.

Segundo ela, o estímulo veio por causa da internet. “Até então eu não tinha o costume de escrever. Mas com os e-mails eu comecei a organizar melhor a minha escrita. Até que veio o convite da [editora] Língua Geral”, conta.

Na obra, há também menção a vários artistas admirados por Marina, como Billie Holiday, Elizeth Cardoso, Seu Jorge, Vanessa da Mata e Fernanda Montenegro, para citar alguns. Entre eles, a cantora destaca também as baianas Daniela Mercury e Ivete Sangalo, mostrando-se aberta à variedade musical. “Quando eu ouço música, o que menos me preocupa é a origem. A música em si já é suficiente para me convencer ou não”, diz.

Tema polêmico - Nas 232 páginas do livro há fotos de arquivo pessoal, outras de divulgação, posts publicados na internet e alguns textos sobre Marina publicados por outros autores, tudo isso espalhado em 37 capítulos.

Em um deles, Veneno, a artista fala sobre a relação com algumas drogas. Ela conta que, apesar de ter experimentado, cocaína  “não era a sua praia”. Mas defende a polêmica descriminalização da maconha. “Eu acho importante pessoas públicas se pronunciarem sobre o que é relevante. E o que eu busco com isso são direitos iguais. Eu acho, sem hipocrisia, que a maconha chegou no nível do cigarro e do álcool, é só uma questão de regulamentar ou não”, posiciona-se.

Entre tantos assuntos, Marina também fala de momentos mais delicados da vida, como quando deu uma pausa da carreira artística, no meio da década de 1990, devido a uma depressão. “Brinco que, nesse período, dei uma desencarnada”, relata no livro. Mas há outro assunto que a toca. “É muito emotivo para mim falar de minha mãe, que faleceu há dois anos. Ela foi muito importante na minha formação, na minha afetividade. Ainda é muito intenso para mim falar sobre ela”, revela.
A experiência com a escrita despertou em Marina um ânimo novo. Se depender dela,  Maneira de Ser é só o início. “Eu gostei muito disso, de escrever, de me comunicar, de compartilhar as coisas que eu acho importante. Eu descobri na escrita uma música silenciosa”, diz.

Show - Na sexta-feira o compromisso de Marina Lima é com a música. A cantora apresenta um show intimista na San Sebastian, no Rio Vermelho, em que vai relembrar os principais sucessos da carreira.

O reencontro com o público baiano é recebido com alegria pela cantora. “Temos uma relação de uma mútua atração. Sinto que os baianos gostam de mim e eles sempre me alegram”, declara.

Em: http://atarde.uol.com.br/cultura/materias/1465386-cantora-marina-lima-aventura-se-pela-primeira-vez-na-escrita