A luz do Índico, de Francisco José Viegas

29.06.2012 - Livro

SOBRE O LIVRO

Um assassinato logo nas primeiras páginas, as lembranças da antiga cidade colonial de Lourenço Marques (atual Maputo, capital de Moçambique) num período anterior ao processo de independência, e a busca de Miguel por Maria de Lurdes caracterizam A luz do Índico, romance do escritor português Francisco José Viegas.

Vinte e sete anos após ter saído de Moçambique, em 1973, Miguel retorna à cidade de Maputo, onde viveu seu primeiro amor, com Maria de Lurdes, que não vê há anos. Ao voltar, reencontra Pemba, Nampula e o lago Niassa, e a paisagem estrondosa de de Moçambique. Revela-se então um país totalmente modificado e revirado pela guerra. Um território diferente do que a memória apresentava para Miguel.

A narrativa romântica é entremeada pelo estilo policial que se inicia nas primeiras páginas, com o assassinato de Gustavo Madane, ex-homem forte do regime marxista. Durante a viagem, Miguel reencontra Domingos Assor, companheiro de infância e agora investigador policial, responsável pela investigação da morte de Madane. Domingos lhe serve como interlocutor na sua busca e a partir desse diálogo surge a imagem de uma intensa solidão, resultado de um país com um passado glorioso e um presente devastado.

Assim Francisco José Viegas desconstrói o romance policial: a cada nova informação, cheia de imprecisões e incertezas, Miguel mergulha no seu passado, no passado de Lourenço Marques, trazendo ao suspense marcas de um romance histórico e existencialista.

SOBRE O AUTOR

Francisco José Viegas nasceu em 1962, em Portugal. É ficcionista e colaborador de vários jornais e revistas, e atual secretário de Estado da Cultura de Portugal. É autor de vários livros de poesia, viagem e romances. Longe de Manaus recebeu, em 2005, o Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Francisco José Viegas tem livros publicados na Alemanha, no Brasil e na França.