Milagrário pessoal, José Eduardo Agualusa

02.07.2012 - Livro

 

Sobre o livro

Milagrário pessoal, nono romance de Agualusa, conta a história de um homem que, para seduzir uma mulher, lhe oferece uma nova linguagem. É uma declaração de amor à língua portuguesa. É ela a verdadeira protagonista da história entre um professor angolano e sua discípula, especialista em neologismos. Um dia, a moça parece encontrar a fonte do que seria uma nova língua. “Iara começa a receber centenas de palavras, tão bonitas, extraordinárias, urgentes e necessárias que as pessoas se apropriam delas e começam a utilizá-las sem sequer darem conta que são palavras novas”, explica Agualusa. Juntos, os dois partem em busca dessa coleção de misteriosas palavras, que teriam sido roubadas de uma suposta língua dos pássaros.

O romance é ainda a história de amor entre Iara e esse homem maduro, que é também o narrador da história e proprietário do milagrário pessoal, um caderninho onde anota todos os simples prodígios do cotidiano, os pequenos milagres. “Ele se apaixona por essa mulher e, para seduzi-la, chega ao ponto de subverter a própria língua. Inventa toda uma trama para atraí-la. Arrisca mesmo uma completa revolução”, diz o autor. Milagrário pessoal tem ainda como inspiração outro fruto tipicamente brasileiro, a canção “Língua”, de Caetano Veloso. “É quase impossível escrever um romance sobre a língua sem falar desta composição maravilhosa do Caetano sobre o tema”, exalta. As conexões com o Brasil não param por aí. A capa é um still do filme Pisinoe, da artista plástica carioca Adriana Varejão.

Sobre o autor

Nascido em Huambo, Angola, em 1960, estudou Agronomia e Silvicultura antes de se dedicar à literatura. Em 1988 publicou seu primeiro romance, A conjura. Seguiram-se Estação das chuvas (1997), Nação crioula (1998), Um estranho em Goa (2000), O ano em que Zumbi tomou o Rio (2002), O vendedor de passados (2004), As mulheres do meu pai (2007) e Barroco tropical (2009). Seus livros já foram traduzidos em mais de vinte países.

Milagrário pessoal é mais útil à língua portuguesa que qualquer acordo linguístico que o espaço da lusofonia possa imaginar.”

Time Out, Lisboa

“Uma brilhante alegoria sobre o destino da língua, o cruzamento de destinos — e o que não se pode dizer por palavras.”

Francisco José Viegas

“Como descrever José Eduardo Agualusa, jovem e premiado escritor angolano? Um Kafka africano? Um Borges mais tropical? Como o moçambicano Mia Couto, ele mescla elementos do realismo mágico latino-americano com a sátira política. É um camaleão dos gêneros, um iconoclasta e uma das mais inventivas novas vozes africanas de hoje.”

Time Out, Nova York

“De uma originalidade feroz, que recorre ao poder da criatividade para transformar os atos mais sinistros.”

The Independent, Inglaterra
“Agualusa está tentando o que apenas alguns grandes criadores ousaram: transportar gente através do espaço e do tempo.”
Público, Lisboa

“Sem dúvida um dos mais importantes escritores de língua portuguesa da sua geração.”

António Lobo Antunes