Requiem para o navegador solitário

São duas as personagens que figuram com destaque no romance Requiem para o navegador solitário, de Luís Cardoso: o Timor-Leste, pequena ilha do Pacífico repleta de conflitos étnicos e políticos, e Catarina, uma jovem inocente que traz na mala, para além da roupa, um exemplar de A la Porsuite du Soleil, relato de viagem de circum-navegação do solitário Alain Gerbault.

Contudo, na verdade, ela traz algo a mais: o sonho de viver uma grande história de amor. De um lado, o Timor-Leste, dominado pelos portugueses em 1512, e que três dias após sua independência, em 1975, foi invadido pela Indonésia; de outro, Catarina, que se dedica bravamente à recuperação da fazenda Sacromonte enquanto aguarda, na varanda atapetada de buganvílias de sua casa, a chegada do navegador solitário.

De um lado, um território que serviu “para deportados, um depósito de esquecidos, uma ilha-prisão cercada pelo mar infestado de tubarões e de piratas em busca de pérolas, pedras preciosas e de gatas, donde ninguém podia fugir”; de outro, a perdição de Catarina, que vai percebendo que “os que chegam do mar têm sempre quem espere por eles”, enquanto ela navega por terra, sem qualquer possibilidade de companhia, a não ser os gatos. Além de esperar, Catarina tenta provar a si própria, com a recuperação da fazenda Sacromonte, que é capaz de contrariar os azares de sua vida ou os seus desacertos. Uma personagem que cresce à medida que seus dramas aumentam.

Com Requiem para o navegador solitário, o leitor tem a oportunidade de conhecer um pouco da história do Timor-Leste, país ligado ao Brasil em função da língua portuguesa, e também tem acesso à belíssima ficção de Luís Cardoso, o mais importante escritor timorense.

Gênero: Ficção
Dimensão: 13 x 18 cm
ISBN: 978-85-60160-49-5
Número de páginas: 304
Preço: R$ 35,00