Mandingas da mulata velha na Cidade Nova

O livro Mandingas da mulata velha na Cidade Nova é uma pequena pérola. Trata de um lugar e de um tempo mitológicos do Rio de Janeiro. De um tempo e de um lugar onde a cidade verdadeira foi fundada: Cidade Nova, Pedra do Sal, Pequena África, entre 1870 e 1930.

Foi a gente dessa época e desse lugar que instituiu o Rio de Janeiro moderno, que deu ao conceito de carioca sua feição definitiva. O romance fala de figuras históricas e simultaneamente lendárias, como João Cândido, Sinhô, Assumano Mina do Brasil, André Rebouças, dom Obá, José do Patrocínio; fala dos ranchos carnavalescos e da festa da Penha; de negros altivos e articulados, conhecedores das suras do Alcorão e da química das folhas; fala da Abolição e da república; fala de capoeiras e da revolta da Vacina; e fala principalmente de uma velha tia baiana, arquétipo das velhas tias baianas às quais o Rio de Janeiro deve muito da sua identidade.

É em torno dessa tia baiana, cuja história consta de um misterioso manuscrito, que giram as personagens míticas da cidade. Impossível não perceber nessa protagonista o reflexo ancestral da tia Ciata, talvez a mais famosa das baianas do Rio de Janeiro. Fazia muita falta na literatura brasileira um romance que se inspirasse nela.

E é em muito boa hora que este livro chega, assinado por Nei Lopes. Este romance é uma pérola. Porque é um belo livro. Porque é de Nei Lopes. Quando os brasileiros souberem realmente quem são, Nei Lopes será reconhecido – em toda a sua grandeza de intelectual, em toda a sua genialidade de artista – como um dos principais responsáveis pelo enegrecimento da nossa consciência.

(Adaptação da orelha escrita por Alberto Mussa.)

Gênero: Ficção
Dimensão: 13 x 18 cm
ISBN: 978-85-60160-46-4
Número de páginas: 288
Preço: R$ 34,00